Lugar de Mulher é Onde Ela Quiser: Maríllya Reis fala sobre os desafios de ser corregedora-auxiliar
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Aproximadamente 60% do quadro que compõe o corpo da DPE-RO é integrado por mulheres, dentre estagiárias, servidoras e Defensoras Públicas. Muitas se dedicam a desempenhar funções de gestão, lideram grandes equipes e tomam importantes decisões para o desenvolvimento da instituição. Mulheres que têm muito a nos ensinar sobre empoderamento e que todos os dias nos mostram que lugar de mulher é onde ela quiser!
Com todo o mérito dedicado à elas, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, a ser celebrado em 8 de março, a Defensoria Pública de Rondônia (DPE-RO) preparou uma série de entrevistas com mulheres que estão à frente da Defensoria, para que sejam ainda mais conhecidas, valorizadas e respeitadas.
Você vai compreender o motivo dessas mulheres conquistarem papéis de destaque, o que significa para elas estar à frente de um cargo de gestão e se, na opinião delas, a questão de gênero influencia no ambiente de trabalho.
Os desafios de ser corregedora-auxiliar
Dando continuidade à série, apresentamos, nesse momento, a trajetória da Defensora Pública Maríllya Reis, que atua como corregedora-auxiliar na DPE-RO e tem a enorme responsabilidade de fiscalização e orientação da atividade funcional e da conduta dos membros e dos servidores da Defensoria Pública.
Por ser filha de mãe e pai atuantes da advocacia, o Direito era um assunto comum em casa, o que despertou o interesse de Maríllya pela área. Seus pais foram a principal motivação para a busca pela graduação na área jurídica.
Formada em Direito desde 2009, pela Universidade Católica de Pernambuco, Maríllya Reis conheceu e estagiou, durante a academia, em diversos órgãos públicos como Justiça Federal, Justiça do Trabalho e Ministério Público Federal. Mas seu grande desejo era defensorar.
“A partir de todas as experiências que tive nos órgãos públicos que estagiei, senti a vontade de fazer parte e ajudar a construir a visibilidade da importância da Defensoria Pública. Sempre me senti vocacionada a trabalhar com hipossuficiência econômica”, conta.
Em maio de 2011, assumiu o cargo de Defensora Pública Substituta, na capital de Rondônia, em seguida atuou na Vara da Infância e Juventude na Comarca de Presidente Médici e realizou inúmeros júris em várias comarcas do estado, o que precedeu sua carreira na corregedoria, de volta a Porto Velho.
O preconceito foi um dos maiores desafios na profissão, segundo conta a Defensora Pública. “Há um pré-julgamento de que somos um polo frágil, mas nunca deixei que um padrão pré-estabelecido se adequasse a mim!”, assegura Maríllya.
A Defensora Pública assumiu a unidade da corregedoria com o grande desafio de desmistificar o conceito errôneo que algumas pessoas tinham a respeito da capacidade feminina. “A vida de defensora é formada por pequenas grandes realizações, e guardo todas com uma recordação singular!”, afirma.
Maríllya completa que a Ministra Carmem Lúcia é uma das suas grandes inspirações para exercer a profissão. “Ela comanda toda a cúpula de um órgão do judiciário e, dentro dessa atividade, ela tem ponderação, atua com um discurso razoável, tem implementado mudanças, tem mostrado o potencial da figura feminina, ela realiza projeto e ações que, até então, não haviam sido executados por outros. Por isso, a ministra Carmem Lúcia é um exemplo para mim”, conclui.
Aos 33 anos, Maríllya Reis concilia a vida de mãe de uma filha de 12 anos e outra de 11 meses, com a de Defensora Pública, na qual se empenha, cotidianamente, no sentido de uma visão mais ampla do todo socialmente vulnerável para efetivação de direitos.
“A família é a primeira forma de controle social, por isso, o primeiro passo para uma sociedade melhor é a reformulação das nossas perspectivas, das pessoas mais próximas, reavaliarmos se também não estamos tendo condutas machistas e tentar progredir, para que possamos evoluir e para que a mulher realmente ocupe o seu espaço”, finaliza.
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